Japão
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Engana-se quem pensa que no Japão só tem saquê... Que tal conhecer os vinhos deste país?
Aqui, a vinha é cultivada há séculos, ainda que em pequena escala. Acredita-se que as primeiras cepas chegaram ao país no ano de 718 d.C., levadas por monges budistas, interessados em suas propriedades medicinais. Mas a produção comercial de vinho local aconteceu somente no século 19.
Produzir vinho no Japão não é tarefa fácil. A começar pelo preço da terra. Nesse pequeno país, mas de numerosa população, não há terra disponível a preço barato. Pelo contrário.
Os solos são ácidos e férteis. Não são, nem de longe, a melhor opção para os vinhedos...
Além disso, o clima no país está longe de ser o ideal para o cultivo da vinha. A posição latitudinal é perfeita, a mesma do Mediterrâneo. Em compensação, há enorme influência marítima, tanto do Mar do Japão, como do Oceano Pacífico. Com isso, vemos precipitações abundantes, e excesso de umidade.
Mas o japonês é um povo persistente. Todos conhecem sua capacidade de, respeitando a natureza, vencer os obstáculos impostos por ela.
Assim, para proteger as cepas de tamanha umidade e permitir maior ventilação, criou-se um sistema de arames que elevam os cachos a determinada altura, e que os mantém abrigados, debaixo das próprias folhas. Assim são muitos dos vinhedos japoneses.
A variedade japonesa de Vitis vinifera mais conhecida é a Koshu, uma uva rosada cultivada tanto para a produção de vinho, como para o consumo como uva de mesa. Aliás, vale ressaltar que, no Japão, menos de 10% das uvas cultivadas são utilizadas para a vinificação.
E como são os vinhos japoneses, afinal? Na sua maioria, brancos.
Quando produzidos com a cepa Koshu, costumam ser secos ou semissecos, leves e aromáticos, e sem envelhecimento em carvalho. Já quando produzidos com a uva Delaware, originalmente americana, os vinhos são aromáticos e doces.
Apesar das dificuldades, os últimos anos viram crescer as tentativas de cultivo de variedades europeias, como Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot. Já é possível encontrar vinhos destas cepas, bastante equilibrados em seu caráter frutado e estrutura de taninos.
O povo japonês, que cada vez consome mais vinho, ainda prefere o vinho importado ao produzido localmente. Mas as vinícolas japonesas, atentas à concorrência, têm se empenhado, e muito, para produzir vinhos de qualidade, buscando equipamentos tecnologicamente modernos, e investindo na formação de seus enólogos.
Que tal ficar de olho nos vinhos japoneses, então?
E, já que o assunto são vinhos de origem inusitada, se quiser ler sobre a produção vitivinícola na China, clique aqui. Ou então, no México, clique aqui.
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